exposição
permanente
O primeiro núcleo expositivo do museu evoca a história da Ermida de São Roque, apresentando obras diretamente ligadas a este antigo local. O núcleo dedicado à Companhia de Jesus documenta os cerca de duzentos anos de permanência desta Ordem em São Roque. O núcleo de Arte Oriental é essencialmente constituído por peças que pertenceram à Companhia de Jesus, integrando também obras de arte adquiridas pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, ou resultantes de benemerências deixadas à Instituição. A coleção da Capela de São João Batista constitui um núcleo autónomo do museu, que se reveste de particular relevância, uma vez que está nele a génese da sua criação. O núcleo dedicado à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa pretende dar a conhecer a História desta Instituição, expressa em objetos artísticos com valor histórico e simbólico.

Após a chegada dos padres da Companhia de Jesus a Lisboa, em 1540, foi o sítio de São Roque o preferido pelos jesuítas para a edificação da sua igreja e casa professa.
Apesar da antiga ermida ter sido demolida, o culto de São Roque foi mantido na atual igreja, que receberia o título de São Roque, tendo sido reservada no seu interior uma capela lateral dedicada ao santo protetor dos pestíferos.
Entre as obras expostas neste núcleo, destacam-se quatro tábuas ilustrativas da vida e lenda de São Roque, pintadas a óleo sobre madeira, que pertenceriam ao antigo retábulo da ermida. Atribuídas inicialmente a Jorge Leal e, mais recentemente, a Cristóvão de Utreque, e executadas cerca de 1520, cada uma destas quatro pinturas apresenta em simultâneo dois episódios da vida do santo. Neste núcleo procurou-se reconstituir a disposição original das quatro tábuas, como existiriam no antigo retábulo da ermida. Assim, em baixo estariam originalmente colocadas as duas primeiras pinturas - Natividade e Adolescência de S. Roque e a Cura miraculosa do Cardeal e o reconhecimento pelo Papa; em cima, estariam as outras duas - Estadia em Piacenza e a Prisão e Morte beatífica.
Expõem-se ainda duas lápides inscritas, que constituem um importante testemunho relacionado com a antiga ermida.


Este núcleo expositivo desenvolve-se ainda de acordo com uma lógica temática, encontrando-se subdividido em: Iconografia e devoções da Ordem, Objetos de uso litúrgico e ornamentação da igreja, Devoção a Cristo - Paixão e Glorificação, A encarnação de Cristo e o culto à Virgem, Devoção a Cristo - Natividade e Infância.


Os contactos com as populações locais, por via da ação missionária, tiveram consequências notórias no plano da arte sacra, assistindo-se à introdução de novos modelos decorativos, técnicas e materiais orientais, e à adoção de formas copiadas a partir da arte oriental. Este fenómeno, que se fez sentir nas diversas disciplinas artísticas, proporcionou uma renovação da arte cristã, como testemunha a coleção de objetos de arte oriental deste museu.
Ainda que essencialmente constituído por peças que pertenceram à Companhia de Jesus, este núcleo integra também obras de arte adquiridas pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, ou resultantes de benemerências deixadas à Instituição.
O discurso expositivo está organizado segundo uma lógica geográfica, pelo que as peças se encontram agrupadas pelas suas regiões de origem - Próximo Oriente, Índia, Japão e China.e uso litúrgico e ornamentação da igreja, Devoção a Cristo - Paixão e Glorificação, A encarnação de Cristo e o culto à Virgem, Devoção a Cristo - Natividade e Infância.


É neste contexto que deve ser perspetivada a encomenda da Capela de São João Batista, em 1742, a dois prestigiados arquitetos italianos, Luigi Vanvitelli e Nicola Salvi, a qual viria a ser construída, em Roma, entre 1742 e 1747, incluindo igualmente um conjunto de peças de culto em ourivesaria e paramentaria, que se afirmam como um singular testemunho de arte romana do século XVIII, sem paralelo mesmo na própria Itália.
A coleção da Capela de São João Batista constitui um núcleo autónomo do museu, embora pertença ainda ao período da vivência dos jesuítas em São Roque.
Este núcleo reveste-se de particular relevância para a História do museu, uma vez que está nele a génese da sua criação.


Outras obras merecem destaque, nomeadamente o conjunto de Bandeiras Processionais da Misericórdia, dos séculos XVIII e XIX, encomendadas pela Santa Casa após a sua instalação em São Roque.
Encontra-se também representada neste núcleo uma seleção de peças de elevada qualidade artística, em pintura, escultura e ourivesaria, resultantes de legados, doações e aquisições.
