Pluvial em tecido Gros de Tours branco, de formato semicircular, com capuz e barra, bordado em relevo a ouro. Pertence ao paramento branco, de uso solene, composto de 34 peças, e destinava-se a ser usado nas missas em pontifical das solenidades da Páscoa e do Natal, e também era utilizado no dia 24 de junho, na festa do nascimento de S. João Batista, a quem a capela era dedicada, e dia do onomástico do rei.

Foi realizado no atelier romano de Giuliano Saturni, talvez o mais velho e decerto o mais hábil dos artistas bordadores que trabalharam para a Corte de Lisboa, cuja atividade se encontra documentada a partir de 1712. O bordado reveste integralmente todas as peças que compõem o paramento, sem que todavia se torne pesado ou excessivo; pelo contrário, revela-se elegante e muito refinado graças à sapiente mestria técnica e ao gosto com que o artífice propõe – das mais variadas maneiras e adaptando perfeitamente ao modo de vestir das diferentes peças, alguns módulos decorativos de base, numa estrutura compositiva filiada na tradição tardo-maneirista – reelaborada em soluções barrocas -, ainda viva em Roma, a qual remonta às invenções de Bernini e à rica produção decorativa da sua oficina.