Cofre de tartaruga, em forma de urna, com aplicações de prata lavrada com ferronerries e motivos naturalistas, sendo considerado o mais antigo objeto deste tipo documentado em Portugal. É totalmente realizado em chapas de tartaruga unidas a quente e finamente polidas, de secção retangular e tampa em telhado de quatro águas truncado. A ornamentação em prata é igualmente muito sóbria, restringindo-se à fechadura, ferrolho e dobradiças. Ao inverso da quase totalidade dos exemplares conhecidos, não apresenta bandas de metal ornamentando as charneiras ou tampa. São ainda numerosos os cofres deste género, conservados em museus, igrejas e coleções particulares portuguesas, podendo-se confirmar, em muitos casos, a época, através de citações documentais que aparecem essencialmente a partir da segunda metade do século XVI. Estes cofres ou “caixas de tartaruga” eram utilizados para guardar joias e valores do quotidiano doméstico, ou nas igrejas, como cibórios ou para guardar relíquias de Santos, como é o caso do presente exemplar.